Cristã condenada a chibatadas é libertada por tribunal do Sudão, após pressão internacional
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Meriam Ibrahim, sudanesa condenada à morte por se converter do islamismo para o cristianismo, foi libertada da prisão, conforme relatado por seu advogado no início desta semana.
Segundo a agência de notícias oficial do estado no Sudão, SUNA (Sudan News Agency), um tribunal ordenou a libertação da mulher de 27 anos, depois de seu caso provocar indignação em todo o mundo.
O marido de Meriam, o cristão americano Daniel Ibrahim Wani foi notificado no início deste mês, sobre o fato de que a corte de apelações no Sudão estava deliberando o caso, embora o governo já tivesse prometido sua libertação antes, de acordo com as informações do diário britânico The Independent, divulgadas nesta última segunda-feira (23).
Com o passar das semanas, a agência de notícias SUNA então trouxe a notícia de que "o tribunal de recurso ordenou a libertação de Meriam e o cancelamento da decisão judicial anterior”.
Ibrahim Wani já havia descrito como sua esposa foi forçada a dar à luz na prisão com as pernas acorrentadas, depois que ela se recusou a renunciar à sua fé cristã durante um "período de graça" de quatro dias, quando ela estava grávida de oito meses.
A Anistia Internacional revelou que a Sra. Ibrahim foi algemada em cadeias pesadas desde que foi condenada à morte, uma prática habitual para os prisioneiros que enfrentam a execução.
Se o veredicto não tivesse sido anulado, ela teria enfrentado uma punição de 100 chibatadas e execução por enforcamento, segundo a reportagem de Adam Withnall, do Independent.
A libertação de Meriam foi uma aparente surpresa para o marido. O Sr. Wani alegou que descobriu o fato através dos jornalistas.
O advogado de Meriam, Mohaned Mostafa, afirmou que ela havia sido enviada "para uma casa desconhecida para sua proteção e segurança".
"Sua família foi ameaçada antes e estamos preocupados que alguém possa tentar prejudicá-la", disse ele à Reuters. Outro de seus advogados, Eman Abdul-Rahim, disse à Associated Press que a Sra. Ibrahim havia deixado a prisão e estava com o marido e dois filhos pequenos.
O primeiro-ministro britânico David Cameron disse que estava "absolutamente chocado" quando ouviu sobre o caso da Sra. Ibrahim, e exortou o governo sudanês para intervir antes do comunicado sobre a sua libertação.
Já o Departamento de Estado dos EUA disse que estava "profundamente perturbado" com a sentença de Meriam, depois de ter sofrido pressão de órgãos de direitos humanos para se mobilizarem, junto ao presidente americano Barack Obama.
Uma campanha da Anistia Internacional tem acompanhado a história de Meriam desde que surgiu no mês passado, enquanto uma petição online no site Change.org já recebeu mais de 980 mil assinaturas.